PARA MELHOR CONHECER A VOCAÇÃO CARMELITA:
– «A Fonte que mana e corre». DVD, duração de 35 min, realização da comunidade de Avessadas.
– «Cartas do Carmelo». Livro da autoria do carmelita Alfonso Ruiz. Edições Carmelo.
– Panfletos vocacionais.
Vocação ao Amor
«Apesar da minha pequenez, quereria esclarecer as almas como os Profetas, os Doutores. Tenho a vocação de ser Apóstolo… Quereria percorrer a terra, pregar o teu nome, implantar no solo infiel a tua cruz gloriosa; mas, ó meu Bem-amado!, uma missão só não me bastaria. Quereria, ao mesmo tempo, anunciar o Evangelho nas cinco partes do mundo, e até nas ilhas mais longínquas… Quereria ser missionário não apenas durante alguns anos, mas quereria tê-lo sido desde a criação do mundo até à construção dos séculos… Mas quereria, sobretudo, ó meu Bem-amado Salvador, derramar o meu sangue por Ti, até à última gota…
Como estes desejos constituíam para mim um verdadeiro martírio durante a oração, abri as Epístolas de S. Paulo, a fim de procurar alguma resposta. Os meus olhos depararam com os capítulos 12 e 13 da primeira Carta aos Coríntios. Li no primeiro que nem todos podem ser apóstolos, profetas, doutores, etc…; que a Igreja é composta por diferentes membros, e que o olho não poderia ao mesmo tempo ser a mão…
A resposta era clara, mas não satisfazia os meus desejos, não me dava a paz… Como a Madalena, inclinando-se sem cessar junto do túmulo vazio, acabou por encontrar o que procurava, assim eu, abaixando-me até às profundezas do meu nada, elevei-me tão alto que pude atingir o meu fim… Sem desanimar, continuei a leitura, e consolou-me esta frase: «Procurai com ardor os dons mais perfeitos, mas vou mostrar-vos ainda um caminho mais excelente». E o Apóstolo explica como todos os dons mais perfeitos nada são sem o Amor…, que a Caridade é o caminho excelente que conduz seguramente a Deus. Finalmente encontrar o repouso… Considerando o corpo místico da Igreja, não me tinha reconhecido em nenhum dos membros descritos por S. Paulo; ou melhor, quereria reconhecer-me em todos… A caridade deu-me a chave da minha vocação. Compreendi que se a Igreja tinha um corpo composto de diversos membros, o mais necessário, o mais nobre de todos não lhe faltava: compreendi que a Igreja tinha um coração, e que esse coração estava ardendo de amor. Compreendi que só o Amor fazia agir os membros da Igreja: que se o Amor se apagasse, os apóstolos já não anunciariam o Evangelho, os mártires recusar-se-iam a derramar o seu sangue… Compreendi que o Amor encerra todas as vocações, que o Amor é tudo, que abarca todos os tempos e todos os lugares… numa palavra, que é eterno!…
Então, num transporte de alegria delirante, exclamei: «Ó Jesus, meu Amor! Encontrei finalmente a minha vocação: a minha vocação é o Amor!…»
Sim, encontrei o meu lugar na Igreja, e esse lugar, ó meu Deus, fostes Vós que mo destes… No coração da Igreja, minha Mãe, eu serei o Amor… Assim serei tudo…, assim o meu sonho será realizado!!!…»
História de uma Alma, Manuscrito B, 2vº – 3rº.